Transtorno dos jogos eletrônicos,
esse é o nome que a OSM classificou o vício por jogos eletrônicos. É um padrão
de comportamento que pode prejudicar o controle de
tempo em games, priorizando a atividade a ponto de deixar de lado atividades
essenciais.
A OMS acredita que o
reconhecimento do vício em games seja possível um tratamento adequado e medidas
de prevenção relevantes.
O que antes era somente
brincadeira ou um hobby. atingiu um nível de descontrole a ponto de ser
considerado transtorno. O nível de frequência nessa atividade é o que irá
considerar um distúrbio e atingir diretamente a saúde física e mental dos
jogadores mudando seu comportamento social.
O procedimento para um
diagnostico exato é realizado com observação do comportamento durante 12 meses,
esse processo já é feito em parte do mundo.
As pesquisas mostram que
o assunto precisa ser tratado com mais seriedade pelos pais, responsáveis e
jogadores adultos para que esses períodos de jogo sejam controlados.
Geralmente os mais jovens tem dificuldade em aceitar essa dependência por ainda
não ter maturidade emocional suficiente para equilibrar o tempo dos jogos e
acreditar ser algo natural, uma vez que já nasceram na era da super tecnologia
com smartphones e jogos cada vez mais avançados e não veem erro algum nos
excessos de jogos.
Alguns adolescentes
passam o dia e madrugadas jogando, há relatos que no exterior o distúrbio
causou a morte de um adolescente por desidratação, esgotamento por falta de
alimentação e trombose, no Brasil outro adolescente optou por usar fraudas para
não precisar parar o jogo e ir ao banheiro.
Quando Identificamos os
sintomas?
A tecnologia não pode ser
considerada a vilã dos tempos ou uma ameaça para as futuras gerações, mas para
ser considerado um vício ou dependência deve ser observado se p jogador deixa
de lado brincadeiras e afazeres escolares ou profissionais para se dedicar ao
jogo.
- Jogar demasiadamente ao ponto de prejudicar as demais atividades do dia a dia
- Baixar rendimento profissional ou escolar
- Irritabilidade quando se vê impossibilitado de jogar
- Insônia e noites sem dormir para jogar
- Conflitos com familiares quando o assunto é o jogo
- Dar prioridade ao jogo
- Evitar tempos de lazer como sair e viajar para não correr o risco de ficar sem os jogos
- Perda de controle sobre o jogo e a realidade
A dependência de jogos
pode estar ligada a doenças como diabetes, obesidade e problemas de circulação
e motores como a tendinite.
Podemos tratar como uma dependência?
Uma semelhança com a dependência
química é que também existem crises de abstinências. Isso inclui ansiedade,
irritabilidade e insônia, em alguns casos relatados até episódios de tremores
no paciente que fica muito tempo longe do jogo.
Normalmente essa dependência
afeta um maior número de pessoas do sexo masculino e jovens entre 15 e 30 anos.
Cerca de 200 milhões de
pessoas na América Latina fazem uso de jogos eletrônicos, entretanto cerca de
3% desses jogadores são considerados viciados, conforme estudos.
Hobby ou Distúrbio?
A comparação do
comportamento antes de começar a jogar e depois dos jogos, analisar o aumento
dos sintomas de agressividade, irritabilidade, isolamento e abandono de
atividades anteriores e grupos de amigos é o que vai considerar um hobby ou distúrbio,
não é correto indicar como distúrbio se o jogador passa muito tempo jogando e
ainda mantem suas atividades em dia.
Tratamento
Há alguns erros comuns
que a família comete para tentar tratar a dependência:
- Proibir os jogos - o jogador vai recorrer a outros aparelhos como computador e celular
- Fazer julgamento moral
- Fazer comparação com outras pessoas da família ou próximas
A ajuda que a família
pode dar é mostrar o prejuízo que pode estar tendo com a perda de relacionamentos,
quedas de rendimentos escolar e profissional.
Existem 3 pilares para um
bom tratamento do vício em games: psiquiatra, psicoterapia e grupos de apoio.
Porém, como já informado é importante estudar e ficar atentos ao comportamento
do jogador para então diagnosticar com o transtorno, quando no início, a
terapia cognitivo comportamental pode ajudar a bloquear a evolução do vício e
os gatilhos que os desencadeiam, pois muitos são pessoas que entram em estado
de depressão e ansiedade e usam o jogo como fuga e outros que é o
inverso, por jogar uma maior parte do seu tempo é que entram em depressão e
apresentam quadros de ansiedade.
Lembrando sempre que, o
hábito de jogar é comum no mundo todo, se esse comportamento não atrapalha o
desenvolvimento de outras atividades, não é considerado um vício ou distúrbio ,
mas um hobby que até auxilia no raciocínio e estimula o cérebro, mas se o tempo
dedicado ao jogo alterar o comportamento e afastar das atividade básicas do dia
a dia, é válido considerar a buscar por ajuda de profissionais para que o
quanto antes seja tratado da melhor forma.
Psicóloga Patrícia Soares
CRP 06/105543
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