O que leva uma pessoa a guardar coisas? A primeira camisa do
time querido que foi autografada, o papel do chocolate que ganhou do primeiro
namorado, colocar numa estante todos os livros que já comprou e ganhou, mesmo
sem nunca ter aberto alguns, dentre outros objetos.
Isso parece normal, não é? Não! Não é normal e vamos ver em
seguida o porquê acontece isso.
O transtorno de
acumulação (TA) pode ser definido como uma dificuldade persistente de
desfazer-se de itens devido ao sofrimento associado com o descarte ou uma
necessidade de guardar itens dando a eles um valor ilusório.
Trata-se de uma doença
psiquiátrica, recentemente incluída no DSM-5, até 2013 ainda era considerado
como sendo um sintoma de TOC (transtorno obsessivo compulsivo), porém hoje é
tratado como uma doença isolada.
Acumular uma série de objetos ou animais dentro de casa não é uma prática tão incomum assim e pode fazer parte da rotina de muita gente. Entretanto, o hábito pode se tornar um problema de verdade, exigindo atenção e a intervenção por caracterizar um distúrbio mental.
Os sintomas da acumulação
excessiva frequentemente começam durante a adolescência. O transtorno pode ser
leve inicialmente, mas pode piorar gradativamente conforme a pessoa envelhece,
causando problemas substanciais ao redor dos 30 anos. Algumas pesquisas mostram
que entre 2% a 6% das pessoas apresentam esse transtorno.
É
uma doença que inicia de forma lenta e vai evoluindo progressivamente, os
pacientes ficam isolados, deprimidos e muitas vezes não conseguem cuidar de si.
Na
fase avançada, a pessoa acumula objetos sujos com odores fétidos, facilitando a
entrada de roedores e insetos na residência, colocando em risco a sua saúde e
de sua família, mas também de quem mora na vizinhança. O problema passa a se
tornar também uma questão de limpeza e de higiene sanitária.
Acumulador é Diferente de Colecionador
Mesmo que o colecionador seja
compulsivo para adquirir objetos de sua coleção, como selos, carros,
borboletas, bonecas, etc. ele tende a organizar os objetos racionalmente,
respeita sensatamente o espaço, os valores e as possibilidades práticas de
aquisição.
Os acumuladores compulsivos, por
sua vez, são incapazes de organizar o seu espaço de convivência, perdem o
autocontrole para adquirir ou de se desfazer das coisas.
Para
o acumulador compulsivo não existe nenhum erro ou problema com o seu
comportamento. No entanto, esse sintoma faz parte da doença.
Sintomas
- Recolhem
objetos que os vizinhos não querem mais;
- Não têm
capacidade de usar a casa para a finalidade correta (cozinha para
cozinhar, banheiro para higiene pessoal e quarto somente para
dormir);
- Amontoam
objetos de valores juntos com sucatas;
- Jornais e
revistas estão empilhados pela casa;
- Compram e
guardam coisas iguais sem ter noção da quantidade;
Tem
tratamento?
Sim,
tem tratamento. O tratamento deve ser orientado por um profissional
da área de saúde mental que indicará qual o melhor tratamento que o paciente
deve seguir, pois a tendência da doença é evoluir cada vez mais. O diagnóstico
rápido e correto evita um acúmulo maior de objetos e/ou animais.
É
necessário preparar o paciente antes de tentar retirar os objetos de qualquer
maneira, pois ele pode ter um ataque de ansiedade, um ataque de pânico,
tornando-se até agressivo.
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