E agora?
É o
que todas as partes pensam quando há a separação dos pais com relação aos filhos.
Um sentimento de perda e frustração é o que os filhos tendem a apresentar, porém hoje a aceitação desta separação é bem maior do que à 30 ou 40 anos atrás, isso por que a construção do equilíbrio emocional de algumas famílias são mais estruturadas, mas não é algo esperado por um filho.
Nada
é mais prejudicial para um filho do que presenciar e conviver em ambientes hostis,
com brigas, agressões, e conflitos constantes.
Para
a saúde mental dos filhos é um prejuízo que muitas vezes são irreparáveis, é claro
que em cada fase da vida existe um tipo de comportamento e dano psicológico, assim
como a maturidade dos filhos, estrutura familiar e a relação dos pais com esses
filhos. Em crianças este dano pode refletir em ambientes escolares e de
relacionamento com demais pessoas próximas.
Como informar para os filhos sobre a separação
Ao informar
para os filhos sobre a decisão da separação é indicado que seja feita em família,
se possível sem demonstrar dor ou apontar um culpado, deve ser feita de forma
clara e de acordo com a idade e cada um deles evitando discussões tendo em
mente o bem estar dos filhos.
Deixe
claro que a rotina da casa pode sofrer alterações, mas a relação entre pais e filhos
não sofrerão mudanças, mas adequações. Respeite o tempo de absorção da notícia,
principalmente entre crianças e pré-adolescentes.
Decida
como será a guarda deles antes de informá-los sobre onde irão morar, com quem e
como serão as visitas com a outra parte.
Dê espaço para que o filho pergunte e possa expressar suas opiniões e sentimentos, jamais permita que ele se sinta culpado, crie um ambiente de respeito para que o filho não tenha uma visão negativa sobre alguma das partes.
Em caso de crianças, informe também aos seus professores para que saibam agir em caso de mudanças de comportamento.
E jamais
crie uma competição ou situações que possam gerar algum tipo de alienação parental.
Como será daqui para frente
Se a
separação for algo realmente definitivo, não crie chances do filho fantasiar
uma reconciliação, se em algum momento acontecer, deve ser anunciado assim como
a separação, mas se não ocorrer, com o tempo os filhos terão uma melhor absorção
da nova situação familiar.
Prepare
os filhos para as novas adaptações como visitas, procedimentos me datas comemorativas,
novos companheiros dos pais e até novos irmãos.
Mantenha
a rotina do dia a dia, a falta de rotina e a falsa liberdade concedida podem criar confusões psicológica na mente dos filhos, portanto, nada deve mudar
com relação aos limites impostos antes da separação.
Com relação
a guarda dos filhos, ela deve ser decidida de uma forma a priorizá-los observando a
melhor possibilidade em oferecer saúde, educação, proteção, alimentação e bem
estar.
A separação por mais que seja ruim principalmente para os filhos não precisa ser traumática, isso por que quando os pais estão resolvidos com a decisão por mais que demonstre uma falsa felicidade, o respeito entre as partes pode ser o fator decisivo para os filhos absorver e aceitar tal realidade familiar.
Quando a separação vem seguida de traumas
Se todas
as separações fossem realizadas de forma respeitosa, seria o melhor para toda a
família que opta por ela, mas quando ela vem seguida de brigas e desrespeitos trazem traumas e pode ser dolorosa principalmente
para os filhos, isso por que se a criança ou adolescente presencia com frequência
as brigas, agressões e desrespeito entre os pais em uma determinada situação
ela vai acabar se culpando, tomando partido por algumas das partes e nutrindo
um certo rancor pela parte oponente e em alguns dos casos de filhos
adolescentes ou adultos criam comportamentos inadequados entre pais e filhos. Nesta
situação a separação e certo de que será dolorosa e pode gerar sofrimentos e
traumas psicológicos que não cuidados desencadeiam gatilhos para novos tipos de transtornos,
medos e repudias.
Quando indicar terapia aos filhos
É importante
que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos antes e depois da separação,
alguns podem apresentar queda de rendimento escolar, falta de apetite,
isolamento e distanciamento de amigos e familiares, tristeza e quadros de ansiedade.
Esses são os sinais que algo precisa ser feito com relação a saúde mental dos
filhos.
Há casos
em que os pais optam pela procura de especialistas para preparar o filho para a
separação, esses tendem a ter uma aceitação melhor do que aqueles que buscam ajuda
após o anúncio da separação.
Para
os pais é recomendado que toda situação seja resolvida entre si, sem envolver os
filhos e quando a decisão for definitiva sejam claros e honestos e sem entrar
em detalhes com relação a qualquer tipo de desrespeito entre as partes, informe
que o filho não é culpado e que haverá a separação do casal, mas que o amor de
pai e mãe serão os mesmos.
Lembre-se,
existem ex-esposa e ex-marido, JAMAIS ex-filhos!
Psicóloga Patrícia Soares
CRP/ 06/105543
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