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Fãs e a Psicologia



Todos em um determinado período da vida têm alguém para admirar e chamar de ídolo, seja cantor, ator, personalidade, de algum seguimento, blogueiro, ativista, enfim seja lá qual for em algum momento alguém foi um fã. Isso não é de hoje, desde os tempos antes de Cristo já existiam fãs, porque havia líderes e figuras que conquistavam seguidores. Nestes tempos era praticamente impossível atingir o mundo, hoje ser um ídolo planetário é um objetivo alcançável devido a web, a variedade de ídolos existentes, a facilidade de se aproximar deles e ao bom trabalho de marketing e publicidade.

No cérebro as razões que levam a uma pessoa a ser fã são os neurônios-espelho. São aqueles capazes de copiar uma determinada ação.

Quando você ouve falar sobre fã, vem logo a cabeça a gritaria, fotos e vídeos, correria, filas imensas, choro e demais emoções e sentimentos, saiba que isso não é errado quando se trata de um fã fiel, muito pelo contrário, isso é saudável e importante para crianças e adolescentes em desenvolvimento e formação de identidade.

O fã é aquela pessoa que admira outra da qual tenha uma certa identificação que gera empatia e automaticamente os neurônios fazem todo o trabalho. O desejo de ser como o ídolo, de ficar perto, saber tudo o que se passa na vida dele, chorar com os reveses, comemorar as conquistas e ser reconhecido pelo ídolo é o objetivo de um fã.

Normalmente isto acontece na adolescência, pois é o momento em que estão procurando algo para se identificar e essa admiração por um ídolo pode durar uma vida toda.

Existem três dimensões para classificar o relacionamento do fã com seu ídolo:

  • Entreter – quando o fã admira, se diverte, acompanha o trabalho e o quer bem;
  • Intensa e pessoal – quando o fã tem sentimentos impulsivos relacionados ao ídolo;
  • Patológica – quando o fã demonstra um certo comportamento incontrolável e fantasioso relacionado ao ídolo.




O que é ser um fã de verdade?

O que faz uma pessoa ser fã da outra? O amor, literalmente!
A proximidade do fã e ídolo esta cada vez mais em evidência devido as redes sociais, a sensação de estar perto, de ser íntimo mesmo a distância física trás uma sensação de satisfação para o fã, mas isso é preciso ter moderação, justamente para não sair do controle e virar algo compulsivo. Isso porque os fãs tendem a incorporar as tendências do ídolo, como roupas, cabelo e até atitudes passando assim a viver a vida de outra pessoa.

Criar fãs clube, comunidades e perfis homenageando o ídolo é comum e até saudável, o problema é quando o fã renuncia a sua própria vida para viver a que ela vê do ídolo.


A Dura Sina do Fã

A palavra fã vem do estado psicológico de fanatismo, fervor excessivo, persistente e irracional por uma personalidade, uma ideia, esporte, objetos e marcas, este tipo de obsessão pode levar ao delírio.

Um fã é um sofredor assumido, isso porque quando ele opta por participar de um fã clube por exemplo, ele precisa seguir algumas regras estabelecidas para ser fã de carteirinha, mesmo com o dia a dia de uma pessoa comum um fã precisa estar atualizado com os acontecimentos da vida do seu ídolo, ver todos os filmes, novelas, entrevistas, participações, ter fotos, pôsteres, camisetas, fazer testes na web, ficar semanas em filas, entrar no site dele, saber todas as músicas. O fã enfrenta ansiedade de esperar a hora do show, o filme sair em cartaz, a música sair em primeira mão ou o lançamento de um de um novo jogo de vídeo game, fora o investimento para todo esse processo dos quais não tem preço, mas valor.

O fã muitas vezes não tem explicações para gostar tanto de um ídolo que muitas vezes nunca viu ou falou com ele, não entendem como tudo começou e chegou a idolatria.

Mas ser fã é não se importar se o amor é platônico, se seu ídolo te considera um estranho, um anônimo que o idolatra e vive por ele. 


Tipos de Fãs

1. O admirador – é o tipo de fã que tem seu ídolo, mas que se contenta em ver o show somente curtindo, sem gritaria, visita as redes sociais, tem fotos, sabe boa parte da vida do ídolo, mas não coloca isso a frente de prioridades da vida, se contenta em ter seu ídolo em mente.

2. O colecionador – é o fã tranquilo, sem histeria, não faz questão de ir a um show, mas se contenta em simplesmente colecionar itens ligados ao ídolo, normalmente são fãs mais velhos.

3. O geek – é o tipo de fã que além de admirar o ídolo, é fã também de suas obras e todo o universo que o envolve, pode ser um time de futebol, uma ideologia, um autor ou criador, tem uma ligação com o fã colecionador, mas é fã não da criatura e sim do criador, geralmente são adultos, pessoas mais velhas ou jovens que vivem na influencia desses criadores, um exemplo são os fã de Stan Lee, a tendência é ser fã e colecionar produtos dos personagens dos Vingadores.

4. O obsessivo – normalmente é a figura de fã que sempre vem a mente. Ele precisa se alimentar do seu ídolo, sua parte na coleção pode tomar a casa toda, tudo gira em torno do ídolo e não perde um show.


5. O imitador – este tipo de fã é muitas vezes encontrado no mundo da música e personalidades da tv, isso porque eles tendem a se vestir como o ídolo, aderir ao penteado e atitudes, um exemplo são os fãs de Elvis Presley.


6. Os fanáticos – são aqueles que é Deus no céu o ídolo na terra. O ídolo é como uma religião, o ar que respira, ou seja, absolutamente tudo para o fã. Em tudo o ídolo é o espelho dele, roupas, cabelo, atitudes e jeito de falar são iguais ao ídolo, mesmo que possa ser considerado ridículo ou que não seja muito bem visto e mal interpretado. Jamais fale mal do ídolo para este tipo de fã.

7. O sazonal – o “fã” sazonal pode até ser considerado fã, porque são aqueles que só lembra do ídolo quando estão em alta, quando vem para o Brasil ou quando morre, então este tipo de fã aparece e tenta fazer parecer que sempre foi fã.

8. O amigo – este fã é aquele que começa sendo um fã comum e de tanto estar perto do ídolo e saber tudo sobre a vida e carreira dele, o ídolo passa a reconhece-lo e até saber de sua trajetória, alguns se tornam amigos e não é difícil que até chegue a um relacionamento entre eles.


9. O histérico – este tipo de fã é aquele que só de ouvir falar no ídolo já grita. Ele é do tipo que chora, rói unha, não vê limites para chegar perto do ídolo sabe tudo sobre ele e não admite que ninguém seja mais fã do que ele, sempre quer se sobressair quando o assunto é o ídolo, não aceitam que falem qualquer coisa que denigram seu ídolo. É aquele que sofre com ansiedade antes de um acontecimento que envolva o ídolo, que chora quando vê e quando não consegue ver, alguns podem levar a estados de ansiedade que é recomendado sessões de terapias para manter um certo controle.

10. O obcecado – este é o fã que pode causar problemas e precisa de atenção, isso porque ele está em um processo muito além de fã, ele acredita que o ídolo corresponde aos seus sentimentos, ele vive em um mundo a parte onde o ídolo é o que importa.


Quando ser fã se torna um perigo

O problema e o perigo começam quando o fã começa renunciar à própria vida. Quem tem tendências a distúrbios mentais e psicológicos podem seguir para um outro lado. Sinais de que o fã precisa puxar o freio é quando além de acompanhar o ídolo ele começa a viver a vida dele, acabar com as reservas financeiras, fazer tatuagens, mudar o próprio nome para outro ligado ao ídolo, realizar interversões cirúrgicas para se parecer com o ídolo e entrar em um estágio de obsessão onde acredita que o ídolo corresponde aos seus sentimentos e que tudo de errado que acontece com ele é culpa do ídolo por não lhe dar atenção desejada.

Existem vários acontecimentos em que fãs chegaram ao extremo de atacarem seus ídolos, um dos casos mais famosos é o de John Lennon, o ex-Beatles que foi assassinado por seu fã Mark David Chapman com cinco tiros em 1980.

O mais recente caso no Brasil é o da apresentadora Ana Hickmann que foi atacada dentro de um quarto de hotel por Rodrigo Augusto de Páduo que armado tentou matá-la pois acreditava em sua mente que a apresentadora lhe mostrou interesse e depois negou passando a não corresponder as investidas do fã pelas redes sociais.

Este tipo de comportamento precisa e deve ter uma atenção maior e ajuda de terapeutas e psiquiatras.


Como evitar que o amor saudável se torne um distúrbio?

Em muitos casos esses fãs estão encantados com os ídolos, muito desses comportamentos começam na adolescência e a tendência é que não viva o amor real da vida e deixe de este período passar sendo voltado somente para o ídolo e quando se dão conta, perdeu uma fase da adolescência, isso precisa ser observado pelos pais e responsáveis.

Para evitar que ter um ídolo, que é algo saudável se torne um drama é considerável que tenham atenção para que a rotina diária, o trabalho, estudos e família não seja afetado por uma admiração, outro fator a ser considerado é que existe sim a probabilidade de um fã se tornar uma pessoa próxima ao ídolo, porém esse jamais deve ser o foco do fã, porque se isso não acontecer a pessoa vai se frustrar e imaginar que sua vida não faz mais sentido, isso se acontecer, deve ser natural, pois um ídolo de verdade é capaz de reconhecer o verdadeiro fã.

Aos primeiros sintomas de que o fã não consegue controlar a admiração pelo ídolo é preciso buscar ajuda.

Um fã é o combustível do ídolo e precisa manter a mente saudável para continuar com uma admiração coerente e racional.

Psicóloga Patrícia Soares


Um comentário

  1. Eu tenho 31 anos. Na infância e adolescência, fui fã de diversas coisas. Febres do momento e afins.
    Mas vim ter, tardiamente, uma experiência de fã que se trata menos de fazer loucuras e mais de no idolo encontar reconforto que não encontro nem meu lar, e ao mesmo tempo sentir tristeza por ele. Com 30 anos, mesmo já conhecendo pois não tem como não conhecer, me tornei fã de Michael Jackson. Mergulhar em seu legado, músicas, visões do mundo e da vida.... Isso ocorreu em uma momento que nenhuma tarefa me apetecia. Hoje Michael Jackson é uma forma de não só dar Stand By em preocupações, mas também é onde muitas vezes em que estou mal, encontro uma luz, seja por citação, uma letra de música, identificação com traços de personalidade. Mudou minha relação com um artista.Ele partiu faz 15 anos, mas sempre acaba árabes d seus trabalhos fazendo as pessoas se encantarem com ele. Esse mundo cruel e insensível não merecia Michael Jackson. E ainda assim ele dedicou toda sua vida a nós proporcionar boas musicas, bons ensinamentos e um senso humanitário muito grande.

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