Qual o Transtorno sofrido por ele?
Rir de
tragédias, risada marcante e maligna, rosto pintado como de um palhaço e traços
de maldades são marcas do personagem vilão de Gothan City (Batman) que todos
nós conhecemos, mas por que o Coringa é assim?
Neste ano
(2019) a Warner teve recordes de bilheteria no Brasil e nos EUA com um filme
que conta a trajetória desse vilão.
Não vamos
dar spoiler do filme, mas vamos explicar psicologicamente o transtorno sofrido
por Arthur Fleck, sim ele tem um transtorno.
A história
é claramente fictícia, mas o protagonista sofre de um distúrbio mental real: o
afeto pseudobulbar, também conhecido por Labilidade emocional ou Transtorno da
expressão emocional involuntária
Pouco
conhecido, o afeto pseudobulbar (ou PBA, em inglês) é uma rara doença
psiquiátrica crônica que resulta em reações emocionais e comportamentais
involuntárias, distintas dos sentimentos reais que a pessoa sente.
O riso pode
ser distinto da sua risada natural, isso acontece devido essa risada vir em
momentos de tristeza ou nervosismo, pois não tem controle de suas ações.
Como
distinguir o afeto pseudoulbar e risada de nervoso?
A risada de
nervoso acontece em situações de ansiedade, angústia, vergonha que acontecem em
momentos raros e não deve ser considerado um transtorno.
O
transtorno afeto pseudobulbar é uma doença crônica, rara que faz o paciente
tentar impedir tapando a boca, e ainda existem relatos que em alguns momentos o
paciente chega a se engasgar com a risada incontrolável, é um descontrole
repetitivo que vai acompanhar o paciente por toda a vida.
Como
diagnosticar?
Não é
qualquer pessoa que ri descontroladamente que sofre do afeto pseudobulbar.
Avaliando o histórico do paciente com doenças e acidentes, o profissional pode
solicitar exames para ter mais clareza do diagnóstico, devem ser feitos por
profissionais neurologistas ou psiquiatras especializados.
Sim, é
caracterizado pelo descontrole e descompensação no ato de rir ou chorar.
O paciente
pode gargalhar em momentos de decepção, tristeza, raiva, nervosismo e angústia;
e chorar violentamente nos momentos em que sentir felicidade, prazer e
satisfação.
Como esse transtorno pode afetar um paciente?
As Causas
do afeto pseudobulbar é principalmente originalizado a partir de lesões ou
traumas acometidos em regiões cerebrais responsáveis pelas emoções.
Entretanto,
casos em que o transtorno não surge devido a acidentes, resultando em danos
cerebrais, são bastante raros.
Justamente
por este fato que a doença pode aparecer em pessoas que sofreram traumatismo
craniano, AVC, tumores cerebrais, Alzheimer e Parkinson.
No filme,
existem um momento que informa onde e quando Arthur Fleck desenvolve a doença,
porém como falei, não vou passar spoiler.
Tratamento
e Cura
O tratamento inclui sessões de terapia e medicamentos controlados prescritos pelo médico habilitado após o diagnóstico, normalmente estabilizadores de humor.
O tratamento inclui sessões de terapia e medicamentos controlados prescritos pelo médico habilitado após o diagnóstico, normalmente estabilizadores de humor.
A terapia é
capaz de promover o conforto do paciente, proporciona o autoconhecimento sobre
situações que podem desencadear os sintomas e assim pode evitá-las, trabalha a
autoestima e inibe sintomas de depressão.
Por ser uma
doença crônica, o afeto pseudobulbar não tem cura. Contudo, tratamentos podem
amenizar os sintomas do transtorno e trazer uma melhor qualidade de vida aos
pacientes.
O afeto
pseudobulbar pode ter complicações como, depressão, fobia social, delírios,
ansiedade e até chegar ao suicídio.
Isso
acontece porque o paciente tem ciência de que seu comportamento é inadequado
para algumas situações vivenciadas e decide se isolar devido ao medo de reações
alheias.
Como
ajudar?
Muitos não
sabem lidar com pessoas que tem o transtorno afeto pseudobulbar, que riem muito
em horas inoportunas.
No filme,
Arthur Fleck tem um cartão plastificado no bolso, com um pedido de perdão pela
risada incontrolável, nele está escrito que o riso é causa de um distúrbio
neurológico. No entanto, muitas vezes, ele sequer consegue controlar
minimamente os sintomas e mostrá-lo, sendo julgado por desconhecidos.
Se você
conhece alguém nesta situação, explique sempre para as pessoas sobre o
transtorno, isso pode evitar constrangimentos e interpretações erradas sobre o
riso.
Não as
exponha, tente evitar e tirá-las de situações que causem ações involuntárias,
caso não seja possível, tente acalmá-la, não seja agressivo, tenha paciência.
Incentive a
pessoa a procurar ajuda médica e ter sempre um acompanhamento psicológico,
evite o julgamento e preconceito com pessoas com qualquer doença psiquiátrica.
A ajuda
psicológica salva vidas!
Psicóloga Patrícia Soares
CRP 06/105543
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