Uma heroína brasileira,
importante na medicina nacional e internacional, protagonista de um filme
estrelado por Glória Pires (Nise – O coração da Loucura).
Nise da Silveira,
médica psiquiatra responsável por revolucionar o tratamento em manicômios.
Nise Magalhães da
Silveira nasceu em 1905 e ajudou a escrever e revolucionar a história da
psiquiatria no Brasil e no mundo. Nascida em Maceió, Alagoas, ela ficou
conhecida por humanizar o tratamento psiquiátrico e era contrária às formas
agressivas usadas em sua época, como o eletrochoque.
Essa história é
para você se inspirar e acreditar na potencialidade do brasileiro. Apesar de
pouco divulgada, a história de Nise foi vivida por Glória Pires no filme: “Nise, o coração da loucura”. No filme emocionante, você pode conferir detalhes do que
essa psiquiatra fez com seus pacientes, os livrando dos terríveis maus-tratos
do manicômio. Ela lutou para que os enfermos tivessem dignidade e
possibilidade de voltar ao convívio social.
Inspirada em Carl
Jung, um dos pais da psiquiatria, Nise foi uma das primeiras mulheres a se
formar em medicina no Brasil. Em meados doa anos 40, ela foi pioneira na
terapia ocupacional, método que utiliza atividades recreativas no tratamento de
distúrbios psíquicos. A alagoana se destacou por usar a arte como uma forma de
expressão e de dar voz aos conflitos internos vivenciados principalmente pelos
esquizofrênicos, que tiveram suas obras expostas ao redor do mundo.
Nise frequentava
grupos marxistas e ficou presa por dois anos acusada de envolvimento com o
comunismo. Afastada da psiquiatria, ela continuou seus estudos enquanto estava
no presídio.
Ao ser contratada
pelo Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro, se recuou a usar
eletrochoques, camisas de força e isolamentos. Ao criar atritos com seus
colegas de profissão, sofre uma transferência para a seção de Terapia
Ocupacional, uma área completamente desprezada e sem os mínimos recursos.
No lugar de todas
as terapias violentas, os pacientes recebiam pincel e tinta para se
expressarem. Além de ser um canal de comunicação com o mundo, os doentes eram
novamente inseridos na sociedade com admiração e respeito.
É nesse momento
que o que era para ser um “castigo” acabou ajudando-a a revolucionar o
tratamento das doenças mentais, junto com o médico Fábio Sodré.
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Obra de Carlos Pertuiz - Paciente de Nise da Silveira |
Em vez de
permitir que seus pacientes fizessem serviços de limpeza ou levassem sovas, ela
oferece a eles pincéis, tintas e telas brancas. Esquizofrênicos ficavam livres
para se expressar por meio da arte e frequentemente desenhavam mandalas. O
resultado é inacreditável: além dos indivíduos melhorarem em seu comportamento,
pintam verdadeiras obras de arte.
Nise também foi
pioneira ao enxergar o valor da terapia dos internos com animais. Ela permitia
que seus pacientes cuidassem de animais que viviam nos pátios do hospital.
Em 1956, Nise
fundou a Casa das Palmeiras, o primeiro centro a inaugurar uma atividade para
reinserir na sociedade indivíduos que tiveram alta. Um passo na direção da luta
contra os hospícios, que chegaria a seu ápice com a Lei Antimanicomial, de
2001. Do esforço da psiquiatra e de seus pacientes foi criado o Museu de imagens
do Inconsciente, aberto até hoje no Rio de Janeiro junto ao Instituto
Municipal Nise da Silveira, atual nome do Centro Psiquiátrico de Engenho de
Dentro, onde a médica construiu seu projeto.
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Obra de Adelina Gomes - Paciente de Nise da Silveira |
Hoje, o acervo do
Museu de Imagens do Inconsciente conta com mais de 360 mil obras e é
reconhecido como “Memória do Mundo” pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco.
Nise Silveira,
médica Psiquiatra faleceu em 1999, aos 94 anos, em decorrência de uma
pneumonia.
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